Nós por Cá

Para onde caminha Portugal? As empresas continuam a fechar ao mesmo tempo que a pobreza e a taxa de desemprego crescem. Estamos pendentes da ajuda externa e dos programas de austeridade cada vez mais rígidos que pretendem atenuar os desequilíbrios das nossas contas públicas e reduzir progressivamente o défice orçamental e a dívida pública acumulada.

No entanto, apesar dos programas de austeridade serem mais ou menos justos na distribuição dos sacrifícios, o problema prende-se com a dificuldade de amadurecer soluções de corte na despesa. Consequência: Aumentar drasticamente os impostos de maneira a que possibilite a redução do défice e tranquilize os mercados externos.

A verdade é que não nos encontramos perante uma crise passageira, que mais cedo ou mais tarde, acabaria por retomar a normalidade sem mudanças de maior. A situação é bem mais séria. Trata-se de uma verdadeira crise estrutural da qual não sairemos sem mudanças severas e profundas. Neste sentido, é importante ultrapassar a atitude consumista que nos faz gastar acima daquilo que produzimos. Precisamos de retomar o índice de confiança dos mercados e investidores, conscientes que isso implicará o contínuo acréscimo de sacrifícios rumo a uma saída sustentável da crise.

A resolução dos problemas económicos de Portugal está longe do fim. No entanto, é importante ter esperança. A esperança pode evitar que o barco se afunde, mesmo quando tudo indica que tal irá acontecer…  

Por: Juliana Castro
Técnica Oficial de Contas